quinta-feira, 4 de julho de 2013

Simbiose

Levemente,

Como uma pluma que me afasta da realidade
Como um astro que orienta a verdade
Vai flutuando, flutuando
Dá uma volta e pousa no chão dourado

Suavemente,

Como uma folha de outono a cair para a morte
Como um testamento marcado pela sorte
Errático e gentil
Vai para o berço e adormece

Crepitante,

Como um fogo que guia a vida
Como uma águia, à procura de comida
Sento-me e olho o fogo
Uma janela da fantasia

É etéreo,

Brilhante e fugaz, catártico e genuíno
O significado da vida num segundo
Estalo os dedos e desaparece
Entro pela porta e deito-me sozinho

Olho pelos teus olhos,

Mil jornadas à nossa frente
Mil mundos para ver
Mil corações por bater
Mil histórias por contar

Enquanto não vivemos,

Isolo-me no meu canto escuro, malévolo
Liberto-me perante a luz da Lua
Corroo-me perante a noite e suas delícias
Apresento o sorriso mais infeliz do mundo

Porque não estou contigo e tu me pertences

Só que ainda não o sabes

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