domingo, 4 de outubro de 2015

Eu sei.

Vives na certeza de que nada é certo,
olhas o teu mundo e vês que ele é deserto.
Sentas-te a pensar se algum dia vai mudar
e percebes que mais só nunca hás de ficar.
Vives na certeza que o ar que respiras
é teu como um direito,  e é tudo o que precisas.
Um fiel companheiro de uma vida sem sentido,
numa ânsia de alcançar o que foi prometido.

Foi aquela voz doce que te seduziu.
Levou-te por caminhos escuros.
Despistou-te.
Partiu.

Não deixou morada, nem nome, nem nada,
apenas a ti, sozinho, na berma da estrada.

O que recordas, para além do trago amargo dessa noite enevoada?
Eu sei.
Promessas de amor que agora são nada.

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