sábado, 6 de julho de 2013

Volta de Cavalo

Avante, avante.
O cavalo está a aquecer.
As minhas mãos estão geladas.
O meu coração palpita, ele salta.
Estou a subir, estou a chegar mais alto.

Estou a subir, já atinjo praticamente o topo.
As minhas mãos, são aquelas que acariciam a face de Deus.
Até que encontro a paz eterna. E espero. Por. Ela.

Finalmente. Um momento de pura catarse!
Vejo-me como um corpo no chão,
Caio,
Caio,
Caio,

Lanço-me aos braços da morte,
E atinjo um poço sem fundo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ela chama-me

Ela chama-me,
Nos meus sonhos
Meus desejos
Na minha incessante busca pelo poder.

Ela chama-me,
Através das sombras,
O seu esconderijo,
O seu porto seguro.

Ela chama-me,
A noite é o seu recreio
Nunca me tomou por inteiro
Um Céu, de certo modo.

Ela  chama-me,
Temendo a luz ténue da fé,
Que queima no meu coração,
Nunca mais a dor será em vão.

Ela chama-me,
Quando lhe abro a porta, vem a paz
Porque uma sala nunca está escura,
Se tiver só um raio de sol.

Simbiose

Levemente,

Como uma pluma que me afasta da realidade
Como um astro que orienta a verdade
Vai flutuando, flutuando
Dá uma volta e pousa no chão dourado

Suavemente,

Como uma folha de outono a cair para a morte
Como um testamento marcado pela sorte
Errático e gentil
Vai para o berço e adormece

Crepitante,

Como um fogo que guia a vida
Como uma águia, à procura de comida
Sento-me e olho o fogo
Uma janela da fantasia

É etéreo,

Brilhante e fugaz, catártico e genuíno
O significado da vida num segundo
Estalo os dedos e desaparece
Entro pela porta e deito-me sozinho

Olho pelos teus olhos,

Mil jornadas à nossa frente
Mil mundos para ver
Mil corações por bater
Mil histórias por contar

Enquanto não vivemos,

Isolo-me no meu canto escuro, malévolo
Liberto-me perante a luz da Lua
Corroo-me perante a noite e suas delícias
Apresento o sorriso mais infeliz do mundo

Porque não estou contigo e tu me pertences

Só que ainda não o sabes

Sou a tua doença

Tenho uma estrela que brilha
Guardo-a aqui no meu bolso
Tenho uma vida vivida
E muitas rugas no rosto

Numa noite fria
Céu cerrado, rua vazia
Procurei pelo tal homem
Que me desse uma dosesita

Alegria!

O calor penetrou em mim tal labareda
O cérebro adormecia como uma pena
Acordo em mais uma fantasia
Acordo em mais uma cena

Que paz, que calma, que magia
Estou envolto no cobertor da mãe
Minha mãe que defeitos não tem
Que me embala com uma musiquinha

Aaaaaaaaargh!

Que música terrível
Um pesadelo horrível
A minha cabeça explode
Mas que terror visível

Preciso de um cigarro
Preciso de um cigarro
Isto não pode continuar assim
É só mais uma depois paro

Levanto-me e penso assim
Isto não é mais desta maneira
Vou sair desta armadilha
E olhar para a minha estrela que brilha